Uma pesquisa publicada na revista Science Translational Medicine mostrou o que muitos já sabiam: dormir mal é prejudicial à saúde. André Vianna, endocrinologista do Centro de Diabetes Curitiba, explica que isso acontece porque o sono desempenha um papel complexo no organismo das pessoas e quando ritmos biológicos normais são interrompidos o organismo muda de uma maneira que pode ajudar a definir o cenário para o diabetes do tipo 2.
Para este estudo, voluntários foram submetidos, por quase seis semanas, a ter apenas aproximadamente 5 horas e meia de sono a cada 24 horas – em diferentes momentos do dia ou da noite-, para simular uma rotina de pessoas que não dormem corretamente. O resultado final mostrou que os níveis de açúcar no sangue dos voluntários aumentou após as refeições, muitas vezes a níveis pré-diabéticos, porque o pâncreas parou de secretar insulina suficiente. “Estudos como este têm mostrado que pessoas que dormem menos de cinco horas por noite têm um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2, o tipo que tende a atacar mais tarde na vida”, destaca.
O especialista afirma que o sono prejudicado tem sido associado também a problemas com pressão alta, doenças cardíacas, obesidade, depressão, diminuição da memória e um sistema imunológico enfraquecido. “A própria Organização Mundial de Saúde classificou o trabalho noturno como um provável fator cancerígeno”, comenta o endocrinologista.
Vianna ressalta que o ideal é que adultos durmam entre sete e nove horas de sono diariamente para se ter uma boa saúde. “Se tiver que trabalhar de noite, o ideal é ir direto para a cama quando chegar em casa, além de evitar excesso de luz durante a noite. “É preciso lembrar que um quarto indutor do sono é aquele que está escuro, fresco e silencioso. São medidas simples como estas que podem ajudar o não desenvolvimento de diabetes no futuro”, fala.